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A partir de uma abordagem que relaciona os estudos pós-coloniais e as teorias da traduçăo, este trabalho indaga o uso dos empréstimos linguísticos e estrangeirismos na poética de Oswald de Andrade como atos de traduçăo e crítica anti/pós-colonial. Categorias pós-coloniais oriundas das pesquisas de Edward Said, Homi Bhabha e Gayatri Spivak - como a ruptura das fronteiras, a diferença como categoria enunciativa e a temporalidade do entre-lugar - e questőes como as metáforas da traduçăo e a intraduzibilidade em diálogo com a ampla fortuna crítica produzida sobre Oswald de Andrade no país fomentam uma análise minuciosa do gesto antropofágico nos textos literários O Manifesto Antropófago (2011) e Memórias Sentimentais de Joăo Miramar (2004), que servem como corpus para análise. O resultado do trabalho aponta para a necessidade de inventariarmos em nossos debates pós-coloniais atuais uma razăo antropofágica que lhe antecede e que permite revelar aspectos importantes do pós-colonialismo no Brasil.